A revista Globo Rural de janeiro de 2009 fez uma matéria sobre o Proeto Generosidade 2008.
Essa matéria apresenta as duas iniciativas que se classificaram em 1º e 2º lugares.
Ainda não foi dessa vez que ganhamos, mas estamos cada vez mais perto.
ALIADA DO BEM - Edição 279 jan/2009
A agrônoma Thaise Guzzatti só queria montar uma floricultura quando cursava a UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, em meados dos anos 90. Mas depois de um estágio numa pequena propriedade em Seara, no oeste catarinense, ela percebeu que seus sonhos tinham mudado. Na época, Thaise se deu conta de como a rotina da agricultura familiar é feita de dificuldades - o acesso à tecnologia é pouco, os filhos saem do campo em busca de emprego nas cidades e muito dos plantios são para a subsistência. No final do curso, a experiência não foi esquecida quando ela teve a oportunidade de estudar na França e conhecer a Accueil Paysan, uma organização que tem o objetivo de valorizar a vida rural por meio do turismo ecológico.
Ao retornar para o Brasil, a agrônoma descobriu o que queria fazer. 'Montar um programa semelhante ao molde francês', relembra. Há dez anos, ela implantou a ONG Acolhida na Colônia, que abrange 30 municípios situados nas encostas da Serra Geral, em SC. Cerca de 170 famílias participam da rede formada por Thaise, oferecendo hospedagem, refeições, passeios ou vendendo produtos da região. Para muitos produtores, o projeto evitou a venda das terras ou a saída de pessoas da família para grandes centros. Em razão da sua dedicação, que não é pouca, ela foi apontada pela revista internacional World Business, há dois anos, como umas das 35 mulheres com menos de 35 anos (ela tem 32) com algo especial para oferecer ao planeta.
No final do ano passado, Thaise foi vencedora do Projeto Generosidade, instituido pela Editora Globo há dois anos. Seu trabalho foi tema de reportagem da revista Época Negócios, escrita pelo jornalista Vladimir Brandão. Durante seis meses de 2008, as 14 revistas e sites da empresa publicaram 225 histórias de profissionais que se dedicam a fazer o bem por meio de seus planos, que mesclam coragem e ousadia. Desse total, as dez histórias de maior relevância foram escolhidas por um conselho de jornalistas da editora. Depois, elas foram enviadas para um júri formado por representantes do Bradesco, O Boticário e Chevrolet, além de quatro profissionais das instituições Andi - Agência de Notícias dos Direitos da Infância, Instituto Pólis, Idis - Instituto para Desenvolvimento do Investimento Social, e Fundação Getúlio Vargas. 'São histórias de pessoas que retribuem à sociedade parte do que receberam. De gente que faz, socialmente, diferença nas mais variadas áreas', disse Frederic Kachar, diretor-geral da Editora Globo, durante a cerimônia de premiação.
Agora, Thaise Guzzatti tem planos de investir a doação de 200 mil reais para viabilizar o projeto Roda d'Água. A intenção é estimular o resgate de tecnologias baseadas no uso de energias renováveis para melhorar a qualidade de vida de seus associados, não causar impactos ambientais e, ao mesmo tempo, servir como atrativo para os turistas. A Ong pretende transformar o recurso em um fundo de financiamento para que os agricultores possam implantar a tecnologia. A vencedora também já freqüentou as páginas da Globo Rural na reportagem Porteira Aberta, edição 259, maio/07. Nela, a Acolhida na Colônia foi retratada como a chance de o produtor permanecer na sua terra. E para os turistas, a oportunidade de conhecer uma parte escondida do Brasil.
A Globo Rural ficou em segundo lugar na edição do Projeto Generosidade de 2008. A revista contou a história do Léo do Peixe na reportagem 'As letras do peixe', edição 274, agosto/08. Leonardo da Piedade vende pescados na feira de Pirapora aos domingos e vê nos livros o canal transformador da realidade social da cidade, portão de entrada do sertão de Minas Gerais, às margens do Rio São Francisco. Para distrair os filhos durante o dia de trabalho, Léo decidiu dar-lhes publicações variadas. Aos poucos, as crianças dos outros feirantes foram se achegando para formar a primeira roda de leitura. E atrás deles paravam outras pessoas. Nascia assim, há três anos, o Clube da Leitura, que hoje tem quatro pontos na cidade e um acervo de 12 mil livros. Mas Léo não se contenta: quer ampliar o clube para 15 pontos e para isso precisa da doação de 6 mil livros.
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