OS COMPANHEIROS DE VIAGEM E NOSSOS AMIGOS PIRAPORENSES
MARCO TÚLIO:
O Túlio é o tipo de pessoa que todo estressado inveja. Se você chegar perto do cara e disser:
_ Túlio, as águas tão subindo morro acima.
Ele pensará um pouco e responderá:
_ Liga não, daqui a pouco elas voltam.
MARCO TÚLIO:
O Túlio é o tipo de pessoa que todo estressado inveja. Se você chegar perto do cara e disser:
_ Túlio, as águas tão subindo morro acima.
Ele pensará um pouco e responderá:
_ Liga não, daqui a pouco elas voltam.
É um companheiro e tanto. Alegre, brincalhão, inteligente, divertido. Creio que (nesse caso, justificadamente) deva rir de sua própria imagem no espelho. De sua mente despreocupada e fértil nasceu a idéia da “borrachalioteca”. Uma doidice de misturar pneu com livro que em pouco tempo virou capa de revista, matéria de interesse televisivo do fantástico, e prêmio nacional em Brasília. Mas você há de conhecer o Túlio pessoalmente para acreditar que esta pessoa é ele. É bem possível que, na sala de espera, enquanto estiver lendo ou vendo algumas matérias sobre a criatividade de suas peripécias culturais, você o imagine um senhor de bengala, cabelos brancos e pernas arqueadas. Ledo engano. O Túlio conta vinte e poucas primaveras, é um moleque extrovertido, nos envolve nas laçadas e nós de seu riso fácil e nos convida a dar uma “boa banana” pro mau humor. Casado com D. Agda que, em verdade, é quem “segura as pontas” de suas criatividades e de outras tantas que ela também produz. Recentemente, D. Agda coordena junto com uma amiga, a Lourdinha Reis, o projeto “Arautos da Poesia” que congrega um grupo de pré-adolescentes que se dedicam a carregar nos olhos e a espalhar em palavras e gestos nas ruas da cidade, a poesia colhida pela ternura da alma nos livros dos grandes poetas brasileiros, entre os quais, por pura generosidade ou ironia resolveram me incluir. Túlio e Ágda tem um casal de filhos. Sartre, de seis anos, uma das principais atrações dentre os “Arautos da Poesia” e Cecília Clarice, de um ano, que traz na expressividade do próprio nome, premeditada, ou não, a sugestão de uma vocação esperada.
DORA:
Eu conheci a Dora, esposa de Apolo, numa exposição sobre a obra de “Dom Quixote” de Miguel de Cervantes, onde fui a convite e às expensas do próprio Apolo. Depois disso, nos encontramos algumas vezes em um ou outro evento, contudo, até então, eu não tinha uma idéia sobre a pessoa dela. Essa viagem teve mais este agradável acontecimento, que foi descobrir em Dora uma pessoa altruísta, simpática, inteligente, solidária, com toda certeza, muito paciente (é casada com Apolo), uma mãe como tantas outras, muito carinhosa, superprotetora (o que ela também como tantas outras vai dizer que não), enfim, conversar com a Dora te dá aquela sensação gostosa de ter lido um bom livro. Ela traz em si um conhecimento muito grande da alma humana, se envolve, se dedica e , tudo isso, com uma humildade admirável. Adorei ter viajado com a Dora.
APOLO:
Para quem não conhece bem o Apolo, ele autor de duas célebres frases: A primeira delas “ a Dora é quem sabe” esconde em si um pouco do caráter e da conduta dele como marido. Fica claro que não ha aí, nenhum sinal de submissão. Ao contrário, percebe-se que, ao dizer “Dora é quem sabe”, Apolo manifesta a sua intenção de fazer as coisas de conformidade com o desejo da esposa e construir em si a alegria da humildade de tê-la deixado escolher. A segunda frase também muito célebre do Apolo e que tem uma importância capital em minha vida e na vida do Túlio é: "deixa que eu pago". Pela força dessa frase cunhada pelo nosso amigo, temos viajado por aí, conhecido muitos lugares e projetos, inclusive o Clube de Leitura do Léo do Peixe.
Brincadeiras à parte eu sou muito suspeito para falar do Apolo. É uma das pessoas que mais admiro pela força de seu caráter, pela sua lhaneza, pelo seu espírito solidário e, sobretudo, pela sua alegria em partilhar com os amigos, aquilo que colheu de sua semeadura ao longo dos anos. O Apolo tem uma percepção do certo e do errado, do justo e do injusto que me impressiona. Seus critérios de avaliação são calcados numa imparcialidade que não deixa dúvidas. É um companheiro de viagem que dispensa comentários. Agradou-me também como motorista. Tranqüilo, seguro. Geralmente, quando se conta uma boa piada dentro do carro e todos riem ele pede para repeti-la. A primeira vez ele nunca ouve, tal é o seu foco na estrada. Acredito que as orientações de Léo do Peixe quanto a “preservar sua rabeira” tenham acrescentado ainda mais experiência ao exercício dessa função, deixando a mim e ao Túlio a desejada tranquilidade para acompanhá-lo em outras aventuras que venham a ser propostas sob o abrigo e patrocínio de sua célebre frase. O cara é um “irmãozão”.
EDMILSON:
O moço é uma espécie de caseiro de luxo do Léo. Se lava e passa, não sei, mas côa um café razoável, pesa peixes, recebe os clientes, entrega colchões que o Léo arrecada na vizinhança para abrigar os amigos que lá aparecem para desfrutar de sua hospitalidade. O Edmilson é garimpeiro de experiência larga com uma boa leitura do sertão. Na primeira noite em que ficamos na casa do Léo, contou-me um pouco sobre a arte do garimpo, os elementos químicos usados em alguns deles para apuração do metal, discorrendo também sobre os perigos e as belezas da profissão. Uma coisa é certa. Edmilson gosta do que faz. Com certeza o faz bem feito. Foi mais um aprendizado de viagem o meu contato com o garimpeiro.
ADRIANA:
Ah, meu Deus... Adriana...
A Adriana é a Presidente do Clube de Leitura criado pelo Léo do Peixe, que é o Presidente de Honra do projeto. Acredito que pelo menos a metade do nome “Pirapora” tem estreita relação com Adriana. A gente a conhece e logo “pira”. Quanto ao “porá” se perdeu um “r” e ganhou um acento, talvez tenha alguma coisa a ver com o Léo. Mas, voltando à Adriana, que é quem realmente interessa, a menina é linda. Alegre, disponível, alto astral, tudo de bom. Depois da frase do Apolo “ Deixa que eu pago”, Adriana foi a “bola da vez” na viagem. Com certeza voltarei a Pirapora e esta certeza, com toda certeza, se chama Adriana.
LÉO DO PEIXE:
Ele é o cara!
Quando se chega a Pirapora e se passa algumas horas convivendo com o Léo, a impressão que fica é que o Rio das Velhas e o Rio São Francisco marcaram um encontro na Barra do Guaicuí para desaguarem juntos na alma do pescador.
Léo é o tipo de pessoa que nunca se constrange por não poder te oferecer o melhor das coisas, porque ele tem a percepção exata de que o que realmente importa é quando se dá o melhor de si, e nisso ele é inigualável.
Contador de estórias, honesto, verdadeiro, com um admirável senso de humor, tem uma inteligência viva e maleável com poder de adaptação às mais diversas circunstâncias conferindo-lhe uma inquestionável liderança sócio-comunitária e cultural na cidade. O projeto Clube de Leitura criado pelo pescador em Pirapora, tem uma magnitude que o próprio Léo, em sua simplicidade não deve alcançar. Patrocinado por doações espontâneas de livros, o pescador instalou vários pontos de leitura na cidade, o mais importante deles, numa feira livre que acontece aos domingos. O espaço da feira onde Léo, literalmente vendia o seu peixe, foi duplicado para que, literariamente seu “peixe” também fosse vendido, ou melhor, neste caso, generosamente partilhado. Emocionante encontrar no caminho da feira, crianças, jovens e idosos que para lá se dirigem levando à mão uma sacola com os livros lidos durante a semana para devolver e renovar o empréstimo. Não há patrocínio. Até o transporte dos livros para a feira é feito em veículo fretado pelo idealizador do projeto. Outra coisa que surpreende, é a gratuidade do processo. Nada de compromissos com data para devolução dos livros escolhidos. Você devolve quando acabar de ler, no ponto de leitura mais próximo de sua casa. Título dos livros? Pra quê? Você registra apenas quantos livros levou, e pronto. E é exatamente esta gratuidade que mostra a força que o projeto amealhou junto ao seu público. Outra prova inconteste do alcance de sua criação é a estreita relação de Léo com o mundo político-cultural e com a mídia que reconhecem e se aproveitam da importância do trabalho pronto, como trampolim para seus saltos pessoais oferecendo em troca, tão somente, a necessária migalha que é a divulgação. É muito bonito, muito humano, e sobretudo transformador este trabalho que, a meu ver, merecia um pouco mais de consideração e apoio das autoridades e dos cidadãos Piraporenses.
Como profissional o Léo é conhecido como o mais responsável dos pescadores da região. Não vende peixe estragado, pesca o peixe que vende, devolve ao rio os peixes com medidas fora dos padrões estabelecidos, não pesca na piracema, enfrenta o descaso dos colegas insistindo para que tramitem na legalidade, cuida do rio melhor do que dele próprio.
Difícil saber se o Léo é mais feliz cuidando do seu Clube de Leitura ou dentro do barco às margens do velho Chico. Nos dois casos o seu sorriso dá a impressão de que vai de uma a outra margem do rio e a certeza de que o moço é um “expert” na arte de celebração da vida.
O mais interessante é que, segundo o próprio Léo, nós o pegamos num momento difícil, com a vida de ponta cabeça em razão de uma decisão que precisa ser tomada em relação à sua família e à sua vida pessoal. Não parece, tal é a disponibilidade de abrigo de sua alma que, não fosse toda aquela circunferência física, dificilmente caberia dentro dele.
Mau caro Léo, não me atrevo a te dar um conselho e nem o aconselho a buscá-lo em quem quer que seja. Como seu admirador o que eu gostaria é que você perdesse todo o tempo possível na escuta do seu coração. Aí sim, está o ponto de leitura que você não encontrará em nenhum lugar do mundo. Te desejo toda sorte, todo sucesso e te asseguro que voltei daí com a forte convicção de que Pirapora dorme enquanto você vela pelos filhos dela. Torço para que ela acorde a tempo de reconhecer isso e lhe dê as condições necessárias de resolver seus impasses pessoais de forma a preservar o curso natural das coisas e dos rios. Grande abraço, meu irmão.
Silas da Fonseca
DORA:
Eu conheci a Dora, esposa de Apolo, numa exposição sobre a obra de “Dom Quixote” de Miguel de Cervantes, onde fui a convite e às expensas do próprio Apolo. Depois disso, nos encontramos algumas vezes em um ou outro evento, contudo, até então, eu não tinha uma idéia sobre a pessoa dela. Essa viagem teve mais este agradável acontecimento, que foi descobrir em Dora uma pessoa altruísta, simpática, inteligente, solidária, com toda certeza, muito paciente (é casada com Apolo), uma mãe como tantas outras, muito carinhosa, superprotetora (o que ela também como tantas outras vai dizer que não), enfim, conversar com a Dora te dá aquela sensação gostosa de ter lido um bom livro. Ela traz em si um conhecimento muito grande da alma humana, se envolve, se dedica e , tudo isso, com uma humildade admirável. Adorei ter viajado com a Dora.
APOLO:
Para quem não conhece bem o Apolo, ele autor de duas célebres frases: A primeira delas “ a Dora é quem sabe” esconde em si um pouco do caráter e da conduta dele como marido. Fica claro que não ha aí, nenhum sinal de submissão. Ao contrário, percebe-se que, ao dizer “Dora é quem sabe”, Apolo manifesta a sua intenção de fazer as coisas de conformidade com o desejo da esposa e construir em si a alegria da humildade de tê-la deixado escolher. A segunda frase também muito célebre do Apolo e que tem uma importância capital em minha vida e na vida do Túlio é: "deixa que eu pago". Pela força dessa frase cunhada pelo nosso amigo, temos viajado por aí, conhecido muitos lugares e projetos, inclusive o Clube de Leitura do Léo do Peixe.
Brincadeiras à parte eu sou muito suspeito para falar do Apolo. É uma das pessoas que mais admiro pela força de seu caráter, pela sua lhaneza, pelo seu espírito solidário e, sobretudo, pela sua alegria em partilhar com os amigos, aquilo que colheu de sua semeadura ao longo dos anos. O Apolo tem uma percepção do certo e do errado, do justo e do injusto que me impressiona. Seus critérios de avaliação são calcados numa imparcialidade que não deixa dúvidas. É um companheiro de viagem que dispensa comentários. Agradou-me também como motorista. Tranqüilo, seguro. Geralmente, quando se conta uma boa piada dentro do carro e todos riem ele pede para repeti-la. A primeira vez ele nunca ouve, tal é o seu foco na estrada. Acredito que as orientações de Léo do Peixe quanto a “preservar sua rabeira” tenham acrescentado ainda mais experiência ao exercício dessa função, deixando a mim e ao Túlio a desejada tranquilidade para acompanhá-lo em outras aventuras que venham a ser propostas sob o abrigo e patrocínio de sua célebre frase. O cara é um “irmãozão”.
EDMILSON:
O moço é uma espécie de caseiro de luxo do Léo. Se lava e passa, não sei, mas côa um café razoável, pesa peixes, recebe os clientes, entrega colchões que o Léo arrecada na vizinhança para abrigar os amigos que lá aparecem para desfrutar de sua hospitalidade. O Edmilson é garimpeiro de experiência larga com uma boa leitura do sertão. Na primeira noite em que ficamos na casa do Léo, contou-me um pouco sobre a arte do garimpo, os elementos químicos usados em alguns deles para apuração do metal, discorrendo também sobre os perigos e as belezas da profissão. Uma coisa é certa. Edmilson gosta do que faz. Com certeza o faz bem feito. Foi mais um aprendizado de viagem o meu contato com o garimpeiro.
ADRIANA:
Ah, meu Deus... Adriana...
A Adriana é a Presidente do Clube de Leitura criado pelo Léo do Peixe, que é o Presidente de Honra do projeto. Acredito que pelo menos a metade do nome “Pirapora” tem estreita relação com Adriana. A gente a conhece e logo “pira”. Quanto ao “porá” se perdeu um “r” e ganhou um acento, talvez tenha alguma coisa a ver com o Léo. Mas, voltando à Adriana, que é quem realmente interessa, a menina é linda. Alegre, disponível, alto astral, tudo de bom. Depois da frase do Apolo “ Deixa que eu pago”, Adriana foi a “bola da vez” na viagem. Com certeza voltarei a Pirapora e esta certeza, com toda certeza, se chama Adriana.
LÉO DO PEIXE:
Ele é o cara!
Quando se chega a Pirapora e se passa algumas horas convivendo com o Léo, a impressão que fica é que o Rio das Velhas e o Rio São Francisco marcaram um encontro na Barra do Guaicuí para desaguarem juntos na alma do pescador.
Léo é o tipo de pessoa que nunca se constrange por não poder te oferecer o melhor das coisas, porque ele tem a percepção exata de que o que realmente importa é quando se dá o melhor de si, e nisso ele é inigualável.
Contador de estórias, honesto, verdadeiro, com um admirável senso de humor, tem uma inteligência viva e maleável com poder de adaptação às mais diversas circunstâncias conferindo-lhe uma inquestionável liderança sócio-comunitária e cultural na cidade. O projeto Clube de Leitura criado pelo pescador em Pirapora, tem uma magnitude que o próprio Léo, em sua simplicidade não deve alcançar. Patrocinado por doações espontâneas de livros, o pescador instalou vários pontos de leitura na cidade, o mais importante deles, numa feira livre que acontece aos domingos. O espaço da feira onde Léo, literalmente vendia o seu peixe, foi duplicado para que, literariamente seu “peixe” também fosse vendido, ou melhor, neste caso, generosamente partilhado. Emocionante encontrar no caminho da feira, crianças, jovens e idosos que para lá se dirigem levando à mão uma sacola com os livros lidos durante a semana para devolver e renovar o empréstimo. Não há patrocínio. Até o transporte dos livros para a feira é feito em veículo fretado pelo idealizador do projeto. Outra coisa que surpreende, é a gratuidade do processo. Nada de compromissos com data para devolução dos livros escolhidos. Você devolve quando acabar de ler, no ponto de leitura mais próximo de sua casa. Título dos livros? Pra quê? Você registra apenas quantos livros levou, e pronto. E é exatamente esta gratuidade que mostra a força que o projeto amealhou junto ao seu público. Outra prova inconteste do alcance de sua criação é a estreita relação de Léo com o mundo político-cultural e com a mídia que reconhecem e se aproveitam da importância do trabalho pronto, como trampolim para seus saltos pessoais oferecendo em troca, tão somente, a necessária migalha que é a divulgação. É muito bonito, muito humano, e sobretudo transformador este trabalho que, a meu ver, merecia um pouco mais de consideração e apoio das autoridades e dos cidadãos Piraporenses.
Como profissional o Léo é conhecido como o mais responsável dos pescadores da região. Não vende peixe estragado, pesca o peixe que vende, devolve ao rio os peixes com medidas fora dos padrões estabelecidos, não pesca na piracema, enfrenta o descaso dos colegas insistindo para que tramitem na legalidade, cuida do rio melhor do que dele próprio.
Difícil saber se o Léo é mais feliz cuidando do seu Clube de Leitura ou dentro do barco às margens do velho Chico. Nos dois casos o seu sorriso dá a impressão de que vai de uma a outra margem do rio e a certeza de que o moço é um “expert” na arte de celebração da vida.
O mais interessante é que, segundo o próprio Léo, nós o pegamos num momento difícil, com a vida de ponta cabeça em razão de uma decisão que precisa ser tomada em relação à sua família e à sua vida pessoal. Não parece, tal é a disponibilidade de abrigo de sua alma que, não fosse toda aquela circunferência física, dificilmente caberia dentro dele.
Mau caro Léo, não me atrevo a te dar um conselho e nem o aconselho a buscá-lo em quem quer que seja. Como seu admirador o que eu gostaria é que você perdesse todo o tempo possível na escuta do seu coração. Aí sim, está o ponto de leitura que você não encontrará em nenhum lugar do mundo. Te desejo toda sorte, todo sucesso e te asseguro que voltei daí com a forte convicção de que Pirapora dorme enquanto você vela pelos filhos dela. Torço para que ela acorde a tempo de reconhecer isso e lhe dê as condições necessárias de resolver seus impasses pessoais de forma a preservar o curso natural das coisas e dos rios. Grande abraço, meu irmão.
Silas da Fonseca
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